SilentIdea 4.0

Desfazendo alguns equívocos sobre a Covid-19 que o poder público e a grande mídia têm se omitido de desfazer.

Em face à ausência total de comprometimento do poder público com o esclarecimento da população sobre como evitar o contágio na pandemia de Covid-19, vamos aqui chamar a atenção para alguns equívocos que a maioria das pessoas seguem cometendo mesmo após mais de um ano de pandemia.

O equivoco maior diz respeito ao uso das máscaras. Muitas pessoas seguem achando que a máscara é um equipamento de proteção individual e que a pessoa que achar que não precisa se proteger ou prefere se arriscar a ter o desconforto de usar a máscara pode não usá-la e deixar o uso das máscaras para os que querem se proteger.

Errado. A máscara não protege tanto quem a usa devido à exposição total dos olhos, mas protege as pessoas com quem o usuário da máscara conversa. A máscara evita que seu usuário lance saliva no rosto das pessoas com quem fala. Assim sendo, eu usando máscara protejo aos outros da minha saliva e os outros usando máscara me protegem das suas salivas. A máscara é um equipamento de proteção coletiva e vai funcionar melhor quanto maior for a adesão da coletividade ao seu uso.

Mas mesmo usando as máscaras, as pessoas não devem acreditar que elas evitam cem por cento a passagem de saliva. Por isto, ainda que conversando com o uso de máscaras, deve-se preservar uma distância de ao menos um metro. Para a máxima proteção contra a contaminação pela saliva, pode-se combinar o uso das máscaras com os escudos faciais de acrílico, que tanto impedem que a saliva dos outros toque o rosto da pessoa como bloqueiam cem por cento a saída da sua saliva para o rosto dos outros. O escudo deve sempre ser usado em feiras livres e outros locais de grande aglomeração que se tenha de frequentar ou onde possamos transmitir o vírus para pessoas dos grupos de risco.

Outro equívoco é achar que os ambientes de aglomeração transmitem mais o vírus em razão do ar destes ambientes poder estar contaminado. Não, dificilmente a transmissão vai ocorrer pelo ar, o vírus se transmite mais nestes ambientes por que sempre tem alguém ali falando na cara dos outros sem máscara ou deixando suas secreções em objetos tocados pelos outros que acabam levando a mão aos olhos, nariz ou boca. Se as pessoas se disciplinarem a entrarem em silêncio nestes ambientes e saírem em silêncio, lavarem as mãos ou usarem álcool em gel nelas tão logo deixarem estes ambientes, não haverá grande risco de se contaminarem nestes locais. Para uma pessoa se contaminar pelo ar, é preciso que o ar esteja saturado de vírus, coisa que não vai acontecer em um ambiente com alguma ventilação como os transportes coletivos e supermercados.

Por outro lado, também tem-se a ideia de que nas praias e ambientes externos onde o ar circula livremente não há perigo de se pegar o vírus. Um grande engano. Como a forma mais fácil de transmissão do vírus é pela saliva e nas praias e bares é onde as pessoas falam sem máscaras, mesmo ao ar livre as pessoas dão banhos de saliva no rosto das pessoas com quem conversam. Mesmo que você vá sozinho a um destes lugares, sempre haverá alguém falando alto próximo a você lançando gotas de saliva no seu rosto, principalmente onde há garçons e vendedores sem máscaras atendendo pessoas em pé enquanto você está sentado ou deitado (praia) nas proximidades.

Outra tolice é dizer que lockdowns não funcionam por que países europeus que já lançaram mão dos lockdowns diversas vezes seguem tendo número alto de contaminados diariamente. Os europeus não são idiotas, eles não repetiriam os lockdowns se não tivessem colhido benefícios deles. O problema não está no funcionamento do lockdown, está no que a população faz depois que ele termina. Não adianta o lockdown baixar o número de casos se a população se comporta completamente errado depois que sai dele voltando a elevar o nível de transmissões.

As vacinas também têm gerado equívocos graves. Há pessoas que se julgam imunizadas tão logo tomam a primeira dose da vacina e já vão para as aglomerações descuidadamente. Não, as vacinas não imunizam cem por cento das pessoas vacinadas nem mesmo após a segunda dose. Só haverá segurança até mesmo para os vacinados duas vezes quando surgir a imunidade de rebanho, pois mesmo que a pessoa tenha tido o azar de estar no grupo dos que não foram imunizados, ela contará com um cinturão de proteção feito pelos imunizados que impedirá o vírus de se propagar até ela. Isto só vai acontecer quando um número muito grande de pessoas tiverem sido vacinadas.

Claro que estes esclarecimentos e recomendações não vão ser suficientes para garantirem que aqueles que as seguirem ficarão livres de contaminações. Se uma pessoa jogar o vírus no seu cabelo na rua e você levar as mãos ao cabelo em algum momento, vai sujar as mãos e poderá se contaminar quando levá-las ao rosto. Num ambiente de trabalho, pessoas tocam objetos de uso comum o tempo todo e podem transmitir o vírus desta forma também. Assim sendo, cada um deve observar os riscos que corre nos ambientes que frequenta e procurar formas de minimizá-los.

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